Evoluir a rede para suportar o futuro

Operadora G8 investe na infraestrutura para prover conectividade

O último Visual Networking Index (VNI), estudo global da Cisco sobre o tráfego IP, indica que o acesso à internet no Brasil chegará a 191 milhões de pessoas em 2022, alcançando 88% da população. Em 2017, havia 154 milhões de usuários (73% do total). De olho nesta tendência está a G8, operadora de telecomunicações que vende acesso e infraestrutura para empresas, governo, provedores de internet (ISPs), operadoras e que investiu em uma nova infraestrutura de rede para atender à demanda crescente do País.

A companhia, que atua em diversas regiões do Brasil e tem crescido para o Norte e Nordeste, se aproveita da oportunidade de um mercado carente em conectividade de alta velocidade e tem crescido junto com o aumento do tráfego. A demanda por banda larga nos consumidores finais fez com que o faturamento da G8 triplicasse nos últimos três anos. E, para garantir o crescimento futuro, a operadora começou, em 2017, um plano para transformar sua infraestrutura.

Lucenildo Lins, gerente de Engenharia de Redes da G8, explica que, há quatro anos, a empresa mudou seu foco de vendas dos produtos existentes para um portfólio adequado, voltado a suprir as necessidades das operadoras, provedores (ISPs), governo e segmento corporativo. A medida fez a empresa crescer mais do que o esperado no número de clientes e exigiu mais uma mudança, antes do esperado, na infraestrutura.

Já em 2017 a empresa planejou um investimento de US$ 7 milhões em equipamentos Cisco para reformular o core de sua rede. “A demanda reprimida de clientes que impulsionou nosso crescimento. Para se ter uma ideia, o pico diário de tráfego antes do projeto era de 300 GB. Hoje é de 690 GB”, diz o gerente.

Junto com a Cisco e a sua parceira Alinfo, a G8 desenvolveu um projeto de rede com base nos switches ASR 9006, ASR 9010 e NCS 5501. De acordo com Lins, os equipamentos permitiram à operadora virar sua infraestrutura para o MPLS, tecnologia que acelera o tráfego de dados através de pacotes e que permite melhor gerenciamento.

“Atualmente, todo o nosso backbone está sobre MPLS, que é o DNA da G8”, diz. Foi através dos hardwares e dessa tecnologia que a operadora conseguiu reduzir a latência no acesso da sua rede, em cerca de 37,5% do tempo realizado anteriormente, o que acelerou a conectividade dos seus clientes. O projeto, iniciado em janeiro de 2018 e em fase final de implementação, contou com a ajuda do parceiro e da Cisco para implementar a tecnologia e fazer o projeto correr de forma mais ágil, diz Pedro Leibel. “A experiência do Lucenildo com redes trouxe celeridade ao planejamento da rede”, afirma.

Clientes x Rede

Apesar do crescimento de clientes e a transformação da rede acontecerem no mesmo espaço de tempo, o diretor da G8, Rogério Fernandes, deixa claro que a demanda foi o que puxou a atualização da infraestrutura e não o contrário. De acordo com ele, dois terços do crescimento do faturamento foram puxados por novos clientes e o restante pelo aumento dos serviços antigos.

O projeto atual continua em expansão para se ajustar às demandas por tráfego. “Prevemos que nossa infraestrutura atual aguente uma capacidade até 10 vezes maior do que temos hoje”, diz Fernandes. Mesmo assim, a operadora já prepara um novo investimento em switches Cisco Catalyst 9500 para o período entre 2019 e 2020. Com a aquisição da nova plataforma Cisco Catalyst 9K Series, a G8 irá chegar até a borda de sua rede com a mesma tecnologia do core, trazendo qualidade, uniformidade e robustez.

Esse novo projeto visa reformular as redes metropolitanas, estendendo o MPLS até os pontos extremos da mesma, o que garante agilidade de entrega dos serviços e atendimento ao cliente final G8, com parâmetros similares as maiores operadoras Tier 1 espalhadas pelo mundo.

Limpeza de tráfego para dar segurança à rede

Um dos principais problemas para operadoras são os ataques de negação de serviço (DDoS), que utilizam tráfego malicioso para derrubar a rede. Para contornar o problema, a G8 conta com o IP Shield, um produto que filtra o tráfego dos clientes. Novamente, as plataformas ASR e NCS fizeram a diferença, pois implementam o protocolo Flowspec em sua máxima capacidade.

De acordo com Lins, isso permite que regras de mitigação sejam instaladas diretamente nos roteadores, agilizando o processo e impedindo que o tráfego precise sair da caixa para ser mitigado por um agente externo.

Automação da rede para facilitar a gerência de clientes

Quando a G8 começou a planejar o projeto de expansão do core da rede, em 2017, virar a chave para o MPLS não bastava. A operadora também queria ganhar vantagens na gerência autônoma da tecnologia, já que, junto com o crescimento de clientes, a empresa teve que aumentar o número de funcionários.

Usando os APIs (Application Programming Interface) da Cisco nos hardwares adquiridos e códigos de programação abertos (open source), a operadora conseguiu integrar seu ERP (SAP) à camada de controle de rede e executar operações instantaneamente.

Isso permitiu aos clientes da G8 flexibilidade para alterar seus planos sem precisar da ajuda de técnicos, somente acessando um portal para solicitar serviços. “A plataforma que escolhemos permite escalabilidade para que nossos clientes cresçam conforme a demanda”, explica Lins.

A demanda reprimida de clientes impulsionou nosso crescimento. Para se ter uma ideia, o pico diário de tráfego antes do projeto era de 300 GB, hoje é de 690 GB

Lucenildo Lins, gerente de Engenharia de Redes, G8