População de Rondônia passa a ter acesso a tribunal eletrônico no TJRO

Tribunal de Justiça de Rondônia implanta rede wireless em 39 fóruns no Estado, permitindo acesso aos serviços digitais da Justiça; pacote de software Cisco melhora a qualidade e simplifica a gestão da rede

Como no futebol, para chegar ao objetivo foi preciso seguir uma estratégia. O plano realizado pelo TJRO, feito em conjunto com a GoAhead, parceira da Cisco, consistia em modernizar o núcleo (core) da rede do data center e implementar uma rede virtual privada (VPN), de forma a separar os dados das diversas unidades do Tribunal do acesso feito pela população.

Isso mesmo, em Rondônia qualquer cidadão pode usar a infraestrutura de rede dos fóruns para acessar à internet e sem degradar a infraestrutura oferecida aos servidores e juízes do Tribunal.

Graças às tecnologias aplicadas aos dispositivos de rede, os recursos de segurança e à rede própria de fibra óptica, Flávio de Lacerda Silva, diretor de Divisão - Dinfra/Desein/STIC/TJRO, chega a afirmar que a rede acessada por um juiz no Tribunal em Costa Marques, na divisa de Rondônia com a Bolívia, chega a ser melhor do que a conexão ofertada na casa do magistrado, na capital Porto Velho, por exemplo. “A qualidade da rede do Tribunal é a mesma em todo o Estado, seja aqui na capital ou no interior”, diz.

Deixar de ter essa limitação foi fundamental para que os fóruns de Rondônia conseguissem dar conectividade à população e acesso aos serviços eletrônicos oferecidos pela Justiça, permitindo que advogados possam dar entrada em processos, por exemplo. “Uma rede Wi-Fi de qualidade é essencial para o funcionamento da Justiça eletrônica nas cidades com pouca infraestrutura”, salienta.

A universalização veio por meio de diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), as quais aconselham o oferecimento de rede wireless à população. Flavio Lacerda lembra que, de certa forma, o serviço é o primeiro ponto de contato do cidadão com esta nova modernização da TI no Tribunal e a forma mais fácil dele enxergar os benefícios da mudança.

Segurança é o destaque do projeto

O executivo credita a estabilidade da rede à qualidade nas ferramentas que a Cisco oferece. Com 3 mil servidores e mais de 1,2 mil visitantes cadastrados no Wi-Fi, tendo até 2 mil pessoas conectadas simultaneamente à rede nos horários de pico, ele diz que não há impacto no fluxo de trabalho da equipe de TI para manter o Wi-Fi.

Ou seja, não há dor de cabeça, algo bem diferente do cenário anterior. Antes do projeto Cisco ter ganho o edital e a GoAhead ter reformulado parte da TI, o Tribunal já oferecia Wi-Fi para os seus servidores, mas Flavio Lacerda diz que era de baixa qualidade e não havia como fazer a manutenção necessária. “Por isso, deixamos claro na licitação que precisávamos de uma rede wireless que o usuário realmente pudesse confiar”, diz.

Hoje, o Wi-Fi funciona com baixa intervenção, aponta o executivo. Uma facilidade que, segundo Caio Paixão, gerente de contas da GoAhead, é viabilizado pelo pacote adicional de software que complementa os dispositivos de rede Wi-Fi, com ferramentas de controle de acesso.

O Cisco Identity Services Engine (ISE), por exemplo, garante o acesso de visitantes à uma rede separada dos funcionários do TJRO. Em caso de quebra de segurança, a ferramenta alerta sobre onde e quando houve a ameaça.

“Já houveram tentativas, mas o ataque não entra porque a segurança é robusta”, afirma Flavio Lacerda, dizendo que não é preciso fazer intervenções ou aplicar mais funções. Ainda segundo Paixão, parte das ferramentas de segurança foram adquiridas para se manter em conformidade com o Marco Civil da Internet (MCI), que obriga os órgãos e instituições públicas a manterem registro sobre o que acontece em suas redes. O Cisco Prime, por exemplo, registra quem acessou e o que a pessoa fez naquela rede. Os dados, porém, só são acessados através de medida judicial.

“Este é um excelente exemplo de como a qualidade do projeto e da solução se reflete na experiência do cliente. Casos como este realmente transformam a vida das pessoas e inovam ao se oferecer algo além da prestação dos serviços públicos”, comemora Carlos Eduardo Bertozzi, gerente de contas para Setor Público da Cisco.

Uma rede Wi-Fi de qualidade é essencial para o funcionamento da Justiça Eletrônica em cidades com pouca infraestrutura

Flávio de Lacerda Silva, diretor de Divisão - Dinfra/Desein/STIC/TJRO