Odebrecht cria cloud privada com servidores Cisco UCS

Infraestrutura corporativa suporta sistemas de várias empresas do Grupo

Sobreviver, crescer e perpetuar. Uma espécie de mantra dentro do Grupo Odebrecht, o tripé é levado à risca pelo departamento de infraestrutura de tecnologia da informação e comunicação (TIC). Tanto que é constante a busca por redução de custos, sem obviamente perda da qualidade e com disponibilidade e flexibilidade compatíveis à necessidade de cada uma das dezenas de negócios do conglomerado de empresas.

Três data centers, instalados em países diferentes, suportam os serviços de IaaS (infraestrutura como serviço) desse gigante brasileiro, que faturou 40 bilhões de dólares em 2012. São empresas de diversos tamanhos atuando em diferentes áreas, entre elas Engenharia e Construção.

A filosofia de independência dada aos negócios se perpetua nas decisões das empresas em relação aos investimentos em TIC. Porém, uma área, de alcance global, se dedica à oferta de serviços gerenciados de TIC, como infraestrutura de servidores de e-mail, banco de dados, ERP e outros sistemas e aplicativos que as unidades de negócio considerarem competitivamente interessantes para contratar como IaaS.

“Os sistemas de backoffice, como e-mail e ERP, podem rodar tanto na TI corporativa quanto ser operacionalizados pela unidade de negócio”, explica Dario Meneghel, responsável pela Área de Infraestrutura de TIC do Grupo Odebrecht, ao lembrar que, desde 2008, todos os sistemas de gestão empresarial (ERP) estão sendo migrados para o ambiente Oracle.

Foi nesse processo migratório que a área de infraestrutura de TIC identificou um gargalo: nem mesmo a virtualização física dos servidores e o particionamento do sistema suportaria o ERP da Construtora. E, além disso, era preciso estar disponível para atender à demanda opcional das demais empresas do conglomerado.

“Vimos que esse modelo seria inviável, porque precisaríamos ocupar um país inteiro com o data center principal”, brinca Meneghel, ao justificar a substituição, em 2011, dos servidores convencionais pela plataforma Cisco Unified Computing System (UCS), nos três data centers globais da companhia (dois produtivos e um backup). “Precisávamos acompanhar o dinamismo dos negócios do Grupo, que, por sua vez, agrega valor ao cliente, gerando lucro para o acionista”, acrescenta.

Vocação

O foco do UCS é o gerenciamento unificado e incorporado de todos os componentes de software e hardware de uma infraestrutura baseada em cloud computing. O sistema controla vários chassis e gerencia recursos para milhares de máquinas virtuais. Um perfil que permitiu acomodar, além do ERP da Construtora, sistemas específicos de engenharia; ponto eletrônico; e também o Cisco Call Manager, responsável pelo gerenciamento de 16 mil dispositivos de voz sobre IP (VoIP), sendo 12 mil ramais.

A opção pelos servidores UCS levou, naturalmente, à aquisição das plataformas de storage da EMC e de virtualização da VMware, para implantação e gerenciamento de infraestrutura de cloud computing. “No final de 2011, decidimos criar nossa cloud privada”, lembra Meneghel. “A virtualização feita em 2010 acomodava apenas o ambiente de desenvolvimento. Não tinha recursos de gerenciamento. Era apenas para economizar um pouco de espaço”, explica o executivo.

Segundo ele, a Cisco se mostrou o parceiro mais adequado ao fornecimento da infraestrutura, porque “é uma empresa de tecnologia de ponta, reconhecida internacionalmente e com representação forte onde a Odebrecht tem presença”.

Economia

Dimensionado para, no mínimo, dois anos, o ambiente foi construído para atender a todas as empresas do Grupo em menor ou maior grau de necessidade. “Há empresas que transferiram 100% da operação para este ambiente”, destaca Meneghel. Segundo ele, o processo de configuração e entrega da infraestrutura de TIC, que demandava 90 dias, passou a ser executado em duas semanas.

Os 23 racks instalados nos data centers da Odebrecht e dimensionados para o ERP da Construtora foram reduzidos para 20 racks, que agora atendem a cinco ambientes similares, ou quatro novos ambientes de diferentes empresas – ERP e todos seus sistemas satélites.

“No modelo anterior precisaríamos de, no mínimo, o dobro disso para atender a atual demanda. Estamos ocupando espaço menor, além de termos mais segurança após a consolidação do ambiente em uma única sala”, aponta Meneghel.

Ele antecipa que a meta é chegar a 17 racks na próxima consolidação. Como benefícios do projeto, ele cita o pouco tempo de implementação (apenas dois meses); a segurança; e a alta disponibilidade do sistema. “Temos segurança de que o equipamento não vai falhar”, comenta.

“Se olhar a tranquilidade que o ambiente nos trouxe, repito, eu não troco de equipamento. Estamos muito à vontade, inclusive, para replicar o modelo em qualquer lugar do mundo”, conclui o executivo.

Se olhar a tranquilidade que o ambiente nos trouxe, repito, eu não troco de equipamento

Dario Meneghel, Responsável por infraestrutura de TI no Grupo Odebrecht