Universidade Tiradentes trilha a rota do ensino digital 

“A Universidade focou em se tornar digital, com um aprendizado efetivo e preparado para uma educação inovadora”, Domingos Alcântara Machado, diretor de Inteligência Competitiva e Estratégia do Grupo Tiradentes

Por Karen Kuba e Agência Comunicação Interativa*

Quando a Universidade Tiradentes (Unit) completou 50 anos de atividade, em 2012, concluiu que a tecnologia teria um papel muito importante compondo o alicerce do ensino nas próximas décadas. A instituição privada de ensino superior instalada na região Nordeste pavimentou sua jornada a partir de uma estratégia tecnológica capaz de atender uma geração totalmente conectada, mais exigente e um mercado mais competitivo, com o objetivo de repetir no futuro, o sucesso das últimas décadas.

“Fazendo uma análise do mercado, percebemos que as universidades, não apenas as instituições que fazem parte do Grupo Tiradentes, precisavam fazer o dever de casa e se preparar para o processo de digitalização, o que pressupõe uma tecnologia cada vez mais transparente e disponível para o aluno”, comenta Domingos Alcântara Machado, diretor de Inteligência Competitiva e Estratégia do Grupo Tiradentes.

Com unidades em Aracaju, Itabaiana, Propriá, Estância, Maceió, Recife e em mais 30 cidades do nordeste, o Grupo Tiradentes, no entanto, precisava ser rápido para não só se preparar para o futuro, como também atender às demandas imediatas dos quase 50 mil alunos.

Esses passos, segundo Machado, foram facilitados porque houve, internamente, um reposicionamento estratégico da área de TI, até aquele momento subordinada à área administrativo-financeira. “A TI passou formalmente a se integrar na área de estratégia da empresa, passando a participar das principais decisões corporativas”, conta o executivo.

Uma decisão que fez total diferença foi a implantação, em 2014, do projeto Tiradentes Digital, iniciativa dedicada a preparar a universidade para receber novos serviços e processos ligados à educação digital, e alinhada às expectativas dos alunos e do mercado no futuro.

“A Universidade focou em se tornar digital, com um aprendizado efetivo e preparado para uma educação inovadora”, lembra Domingos Machado. O executivo liderou o investimento em infraestrutura de rede, com o objetivo principal de padronizar o parque tecnológico e tornar a Instituição escalável para atender o crescimento constante do grupo através de uma tecnologia moderna e dentro dos conceitos da educação digital, ou a Educação 3.0.

O reposicionamento da área de TI permitiu uma análise mais precisa dos objetivos e dos problemas a serem enfrentados pela instituição nesta fase de transição para o ambiente digital. O Projeto Tiradentes Digital, coordenado pelo prof. Exson Souza, foi dividido em três etapas, posteriormente apresentadas ao mercado com o objetivo de atrair fornecedores igualmente comprometidos com a inovação e dispostos a participar da iniciativa.

Mergulho

Antes do Tiradentes Digital o Grupo Tiradentes pretendia somente a troca dos switches do core e de distribuição da rede. No entanto, após o planejamento estratégico da TI redesenhou toda a solução para atender aos novos desafios que estavam por vir e que foram discutidos no Planejamento Estratégico.

Para conhecer de perto as soluções sugeridas para o projeto, o Grupo visitou, inclusive, o Centro de Inovação e Demonstração da Cisco no Rio de Janeiro. O Grupo contratou o projeto para sete unidades, sendo a UNIT em Aracaju (SE) e o Centro Universitário Tiradentes, em Maceió (AL), os primeiros a receberem a plataforma, seguidos pela  segunda fase que incluiu a FACIPE, em Recife, e polos de EAD pelo nordeste.

De acordo com Souza, essa foi a maior etapa do projeto, pois incluía a revisão de toda a rede e a passagem de fibra óptica nos prédios, além de todo o planejamento de segurança em dois Estados diferentes e a implantação da wi-fi como serviço. “Essa etapa, iniciada em 2015, já está concluída”, diz o coordenador do projeto.

A importância do vídeo

O projeto Tiradentes Digital não se concentrou apenas em prover conectividade a alunos e professores. “Nosso slogan ‘Conhecimento sem Limite’ não reserva espaço para obstáculos, e a tecnologia não poderia ser o primeiro. A tecnologia deve, sim, ampliar os nossos limites. Por isso, optamos em ter a Cisco como parceira na instalação de redes de 10 Gigabits e Wi-Fi como serviço”, afirma Machado.

Como pré-requisito, o projeto solicitava o grande desafio de que todas as salas de aula suportassem acesso simultâneo de todos os alunos, rodando aplicações como voz e vídeo, para que o professor pudesse dar aula de forma interativa. Para suportar toda a demanda da rede wireless, foram instalados pela Teltec/Cisco, links de conexão de 10 Gigabits e APs por todos os ambientes físicos das unidades educacionais.

Segundo Nilton Oliveira Júnior, Diretor de TI do Grupo Tiradentes, era preciso preparar a universidade para que cada professor pudesse usar, por exemplo, o vídeo como ferramenta de trabalho em conjunto com uma nova metodologia de ensino, capacitação dos professores e modernização da sala de aula.

“Aí entram a digitalização e a construção das aplicações que rodam nesta infraestrutura. Vídeo é um item relevante, mas deve ser incorporado à modernização da sala de aula”, pontua Junior. Assim, o projeto Tiradentes Digital permitiu à Unit e demais unidades educacionais “carregar” a sala de aula na nuvem e permitir que o aluno estude e interaja com professores a qualquer hora e em qualquer lugar.

Atualmente, o Grupo Tiradentes possui uma rede totalmente unificada pelo nordeste, o parque com apenas um fabricante, um ponto de gerenciamento único de LAN e WLAN e uma rede Wi-Fi segura pela autenticação da rede, que já teve um pico de quase 15 mil usuários conectados simultaneamente. No padrão Gigabit, a rede Wi-Fi foi projetada para suportar aproximadamente 60 usuários por sala de aula (com mais de um dispositivo) e tem cobertura em todas as áreas internas e externas das faculdades, Centro universitário e da Universidade, incluindo a área das piscinas, campos de futebol e os espaços de convivência.

Toda a segmentação de rede e interconexão entre as unidades foi feita via protocolo de rede avançado, com segurança inclusive na camada de acesso. Além disso, era preciso assegurar a comunicação entre as redes administrativas e acadêmicas de forma segura e segregadas através da WAN (rede de longa distância). Antes disso, as redes acadêmicas não estavam interligadas, informa Junior.

O suporte e o atendimento aos alunos professores são realizados por um time profissionais da Teltec Solutions que ficam alocados dentro da própria UNIT e em um centro de operações e suporte – NOC – com operação 24x7.

Videoconferência

Para otimizar as aulas e até reduzir custos e tempo de locomoção de professores, a instituição substituiu a conexão via satélite por salas de telepresença e a plataforma Cisco Webex para transmitir as aulas de EAD. Assim, os professores podem lecionar para diversas salas simultaneamente, sem o desgaste do deslocamento entre as cidades.

“Estamos implantando duas salas piloto com equipamentos Cisco para experimentar a interação presencial dos alunos com a tele presença entre cidades e estados diferentes”, afirma Domingos.

Outro benefício da nova rede é a oportunidade de utilizar aplicativos importantes para o dia-a-dia da Universidade, como a “avaliação da aula”, utilizado por alunos para fazer críticas e sugestões às aulas assim que elas terminam. Informações consumidas pelos professores e coordenadores através de um BI para aperfeiçoamento da metodologia.

Essa camada de aplicações faz parte da terceira etapa do Tiradentes Digital, dedicada ao desenvolvimento de apps móveis que devem modernizar o ambiente de ensino. O movimento já foi iniciado e conta, inclusive, com uma parceria com o Google for Education e aquisição de 600 Chromebooks para uso em sala de aula.

Rede wi-fi é aprovada por alunos

A nova rede Wi-Fi trouxe um leque de possibilidades tecnológicas importantes para o Grupo Tiradentes, mas também trouxe comodidade para os alunos e tirou um peso das ouvidorias das universidades. Souza diz que a rede wireless antiga fazia parte das cinco maiores reclamações da Unit. “Hoje o índice de satisfação do usuário é de 93%”, declara.

Parte disso é a folga com que a infraestrutura trabalha, suportando mais de 70 mil conexões simultâneas, lembrando que a instituição conta atualmente com 50 mil alunos, entre presenciais e de ensino à distância (EaD).

Tecnologia agregando valor

Os alunos podem acessar conteúdo de qualquer dispositivo, a qualquer hora e lugar. Além disso, a aula passa a ter um perfil mais interativo do que anteriormente, quando era apenas um professor transmitindo toda a informação.

Professores podem também aplicar provas online, o que reduz o custo operacional de maneira segura e melhora o tempo de resposta e correção.

Se não bastasse todas as mudanças, a Unit se tornou uma academia Cisco e vai passar a ofertar a certificação no currículo acadêmico. A instituição possui laboratórios Net Academy, o que enriquece a sua lista de diferenciais. A instituição usa as mesmas ferramentas que os alunos normalmente utilizam para se comunicar e interagir, para ensinar e oferecer conteúdo essenciais ao perfil dos profissionais que viverão a transformação digital, afirma Fábio Santos, coordenador dos cursos de TI da Universidade Tiradentes.

Os estudantes de hoje já são nativos digitais. Não se pode colocá-los em uma sala de aula com caderno e caneta, é preciso atualizar o método de ensino. E a universidade segue neste novo caminho

diz Domingos Alcântara Machado, diretor de Inteligência Competitiva e Estratégia do Grupo Tiradentes.

*Karen Kuba é a Gerente de Conteúdo para Setor Público e Inovação na Cisco do Brasil e a Agencia Comunicação Interativa desenvolve a Revista Cisco Live